segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Relatório Mundial sobre acidentes




A Organização Mundial da Saúde – OMS e o UNICEF lançaram no dia 10 de dezembro, o Relatório Mundial sobre Prevenção de Acidentes com Crianças e Adolescentes. O estudo, que compilou informações de 180 especialistas do mundo inteiro, dentre eles uma representante da CRIANÇA SEGURA, aponta que 2300 crianças morrem diariamente, em todo o mundo, vítimas de acidentes.



No total, são 830 mil mortes de crianças, por ano, segundo o relatório. Os acidentes de trânsito, afogamentos, queimaduras, quedas e os envenenamentos representaram as cinco maiores causas de morte. Trata-se da primeira publicação que aborda a verdadeira dimensão do problema mundialmente e procura estimular a saúde pública na busca de medidas de prevenção.



A Coordenadora Nacional da CRIANÇA SEGURA, Luciana O’Reilly, que representou também a Safe Kids Worldwide, foi uma das 180 especialistas que participou deste trabalho, contribuindo com todo conhecimento e experiência adquiridos em anos de atuação na área da prevenção de acidentes com crianças. Em 2007, Luciana esteve no Panamá para uma reunião sobre este relatório, além de outras contribuições.



No Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde, são registradas cerca de 6 mil mortes e 140 mil hospitalizações por acidentes a cada ano. Juntos, os acidentes representam a primeira causa de morte de crianças de 1 a 14 anos no País, e a terceira causa de internação.



10 Fatos sobre Acidentes com Crianças divulgados pelo Relatório da OMS:

1. Aproximadamente, 90% das lesões em crianças são causadas por acidentes. No mundo, 830 mil crianças morrem anualmente, cerca de 2300 por dia. Cerca de 50% poderiam ser salvas adotando-se medidas de prevenção.

2. Acidentes de trânsito, afogamentos, queimaduras, quedas e envenenamentos são as maiores causas de morte por acidentes.

3. Os acidentes de trânsito representam a principal causa na faixa etária de 10 a 19 anos. O uso de cadeirinhas de segurança e capacetes, implantação de mais faixas de pedestre, uso dos faróis mesmo durante o dia, estradas com limite de velocidade, e a regulamentação de leis contra o uso do álcool e licença para dirigir com limites específicos para novos motoristas são algumas das intervenções de maior resultado para prevenção deste tipo de acidente.

4. Afogamentos representam a principal causa de morte de crianças por acidentes em muitos países da Ásia. No mundo, 480 crianças morrem afogadas a cada dia. Medidas preventivas que deram bons resultados incluem o uso de colete salva-vidas, cercas em volta de piscinas, proteção em águas perigosas e primeiros socorros no caso de uma emergência.

5. Todos os dias, 260 crianças morrem vítimas de queimaduras. Os acidentes causados pelo contato com chamas ou líquidos quentes podem resultar em longos períodos de recuperação. Detectores de fumaça, acendedores com travas e reguladores de temperatura para a água são medidas que podem evitar este tipo de acidente. O acesso a centros especializados no tratamento de queimaduras, que dispõem de equipes treinadas e equipamentos adequados, pode reduzir as conseqüências causadas por uma queimadura.

6. As quedas correspondem a mais da metade das entradas de crianças em prontos-socorros dos hospitais. Embora muitas quedas não causem mais que alguns arranhões ou contusões, 130 crianças morrem vítimas de quedas todos os dias no mundo. Quedas graves podem ser evitadas com proteções na janela e parquinhos com equipamentos que atendam às normas de segurança.

7. Milhares de chamadas são feitas a centros de controle de envenenamentos todos os dias pelo mundo. Embora a maioria dos casos seja solucionada pelo telefone, 125 crianças morrem vítimas de envenenamentos diariamente. As medidas de prevenção incluem o armazenamento de substâncias tóxicas, para que a criança não tenha acesso, embalagens que não possam ser abertas por crianças no caso de medicamentos e outros produtos tóxicos, venda/distribuição de remédios em doses menores e acesso fácil aos centros de controle de envenenamentos.

8. Crianças de comunidades pobres estão mais expostas aos acidentes. Essas crianças geralmente vivem condições mais perigosas – residem em casas com maior risco de incêndios, janelas desprotegidas, parapeitos e escadas sem segurança ou locais de trânsito intenso. Elas freqüentemente não usufruem de espaços e recursos para brincar com segurança.

9. Muitos países desenvolvidos reduziram os índices de mortes de crianças por acidentes em 50% nas três últimas décadas, com as seguintes medidas:

- impondo leis ligadas à questão da segurança, tal como a obrigatoriedade de travas de segurança em produtos tóxicos e medicamentos;

- modificando instalações como guarda-corpos de escadas para que as crianças não tentassem forçar a própria passagem, ficando presas nos espaços entre as grades.

- implementando mudanças nos ambientes, tal como a instalação de cercas em volta das piscinas;

- promovendo campanhas de conscientização sobre prevenção de acidentes;

- aprimorando o atendimento emergencial voltado às crianças.

10 – Toda criança tem o direito de crescer e se desenvolver em ambientes seguros, protegidas dos riscos de acidentes. Muitas vidas poderiam ser salvas integrando a prevenção de acidentes em outros esforços globais voltados à saúde da criança. Sendo assim é importante o desenvolvimento de ambientes, comunidades e serviços de emergências adequados às especificidades da criança.



Veja notícia publicada na Reuters, no dia 10 de dezembro de 2008, sobre o Relatório Mundial.

Fonte: Criança Segura